sábado, 8 de maio de 2010

De mulher a heroína

Já é dia e meus olinhos mal conseguem enxergar o que esta acontecendo, só sei que diante de meus olhos esta um olhar tão bonito, umas palavras esquisitas soam em meu ouvido, parece ser uma melodia suave e cativante.Nas minhas mãozinhas eu sinto uma pele tão macia e cheirosa.

Meus olinhos agora começam a se abrir e nos meus lábios eu sinto algo que faz cosquinhas e de repente eu vejo diante de mim uma mulher e ao redor dela uma luz bem forte e dos olinhos dela caem pingos d’ água, é estranho, mas ela me olha e diz que esta chorando de felicidade por me ter em seus braços.

O tempo foi passando e ela foi me ensinando a chamá-la de um nome tão bonito, eu fui balbuciando até que pronunciei e ela soltou pingos d’água de novo, mas eu não entendia o porquê.

No dia em que eu tive dor de barriga ela me colou junto de seu peito e no meu ouvido disse que estava tudo bem que aquilo já ia passar.

Quando tentei ficar de pé pela primeira vez eu quase cai, mais foi quase porque eu senti uma mão tão grande e macia me segurando e depois me levantando e ai as mãos dela seguravam a minha e juntas caminhávamos pela casa inteira.

Nas noites em que eu não conseguia dormir e ficava chorando porque queria brincar essa mulher ficava do meu lado, perdia o sono dela só para que eu não ficasse sozinha.

Eu não sabia o nome dela, não conseguia falar direito e não entendia porque ela sorria a cada travessura que eu aprontava, porque ela chorava cada vez que eu fazia alguma coisa de errado.

O tempo passou e essa mulher bonita que eu admirava me ensinou a Ave-Maria e disse que eu tinha uma mãezinha que morava lá no céu, mas eu continuava sem entender. Mais tempo se passou sem ela precisar me explicar eu entendi que aquela palavra era MÃE e que eu vinha de Maria que é minha mãezinha do céu e eu era chamada de filho, entendi que aquela mulher que me curou a dor de barriga, que passou noites e noites acordada comigo se tornou minha heroína, mulher de super poderes que com um beijo é capaz de curar um machucado, que com um beijo de boa noite faz com que eu, filho, tenha os melhores sonhos.Quando ela chorava de tristeza era porque eu não entendia que MÃE é para se amar, se cultivar e colher dela todos os frutos.

A mulher que era apenas uma mulher diante de meus olinhos, agora é minha heroína do céu e da terra.